NÃO QUEIRA SABER...

NÃO QUEIRA SABER...
Não queria saber onde estive esta noite.
Não lhe direi nem sob tortura.
Não queira saber sobre
o cheiro impregnado em minh'alma.
Eu não saberia enumerar
as misturas deste estranho perfume.
Não me faça perguntas.
Dê-me de beber,
estou com uma sede sertaneja.
Feche a janela,
não suporto a luz do sol.
Le-me ao chuveiro,
ensope meu corpo.
Sinto-me com a alma suja.
Maldito uísque falsificado!
Ande,
lave-me o corpo.
Preciso de teu toque delicado.
Não me toque bruscamente.
Meu corpo levará dias se recompondo.
Quero deitar-me ao teu lado.
Saciar minha sede em teus lábios.
Não queira saber em que braços estive esta noite.
Não queira saber sobre esta mancha de baton.
Isto não é mancha de baton.
Não lhe direi onde gastei meus trocados.
Não grite meu amor
Não vê que estou em frangalhos,
Não vê que estive aqui a noite inteira?
Meus trocados perderam-se
em caminhos tortuosos.
Embriaguei-me com vinho do Vigário.
Estive o tempo todo em teus braços.
Não percebeste?
Não sei onde estive esta noite...
Poesia de: Tarcísio Zacarias dos Santos
Plublicado no Recanto das Letras em 16/07/2006
Imagem da Net- Foto Search.

3 Comments:
Oi Cida:
Obrigado por colocar um texto meu aqui no teu blog. Fiquei muito feliz. Você é uma pessoa muito especial para mim. Não nos conhecemos pessoalmente, mas lembro de teus comentários em minhas poesias desde o Prefácio/Planeta. Um beijo do amigo Tarcisio.
Cida, eu também gostei muito desta poesia do Tarcísio. Ele tem um estilo que me agrada muito. É sincero e escreve o que vê no dia-a-dia em forma de lindas poesias.
Parabéns aos dois poetas!
Grande beijo.
Lumar
Very pretty design! Keep up the good work. Thanks.
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